Estávamos no mês de fevereiro. Um sol luminoso aquecia o recreio da escola de Refojos em Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim. Os alunos do 4º ano brincavam às escondidas e estavam a divertir-se imenso.
Eis que o Gonçalo tropeçou e caiu na relva magoando-se no dedo do pé.
– Ai, ai! O meu dedo dói, até está inchado! – exclamou o rapaz descalçando a sapatilha e a meia.
Todos os colegas ficaram curiosos e aproximaram-se para ajudar.
– Mas que diabo! – disse a Lara investigando o terreno. – Onde tropeçaste?
– Olha, olha! Uma argola aqui na relva! – observou o Lourenço apontando para o local. – Deves ter tropeçado aqui!!
A Francisca tentou puxar a argola.
– Não consigo puxar! – disse a rapariga. – Isto é mesmo pesado.
– Deixa estar que eu ajudo, sou forte! – afirmou o Francisco puxando com força. Olha…está a abrir!!!
Todos os alunos foram espreitar.
– Está muito escuro! – declarou a Cláudia tirando uma pequena lanterna da lancheira e apontando a luz para a abertura que ali estava. – Umas escadas!
– Vamos entrar! Vamos entrar! – exclamou a Inês encorajando os colegas. – Será que temos aqui um tesouro escondido?
– Cuidado! – ordenou a Maria Inês parando os colegas. Já pensaram que podem estar aí ratos ou outros bichos?
– E quem tem medo de ratos? – questionou o Henrique começando a descer as escadas.
Os outros alunos seguiram-no. Um cheiro horrível a mofo pairava no ar. Assim que chegaram lá em baixo, o Luís disse:
– Olhem! Uma mesa rústica repleta de fotos e pinturas!
Os alunos repararam que estavam dentro de um compartimento que parecia secreto. As paredes eram grossas feitas de pedra e carregadas de musgo. No chão havia uma tijoleira cinzenta, gasta pelo tempo. A lanterna da Cláudia iluminava aquele sítio não permitindo enxergar os pormenores.
– Olha ali um interruptor! – avisou a Leonor Freitas – apontando para uma das paredes. – Vou ligar a luz!
Uma luz branca, muito branca, muito trémula surgiu timidamente possibilitando a visão.
– Tantas caixas, caixinhas e caixotes! – exclamou a Andreia pegando numa que estava ao seu alcance. – Vou abrir!
– O que será que tem aí dentro? – questionou a Ângelo pegando noutra caixa. – Só espero que não saia daqui um aranhão!
O Ângelo e a Andreia abriram as caixas e…surpresa! Tantas jóias: colares brilhantes, anéis com rubis, safiras e esmeraldas que faiscavam naquele ambiente de penumbra.
– Uau!!! – proferiu a Carolina pegando num colar e colocando – o no seu pescoço. – Já viram que está aqui uma fortuna?
– E aquela caixa, o que terá? – perguntou o Tomás apontando e abrindo-a. – Moedas!!! Tão antigas!!!
– Deixa-me ver a data! – observou o Rafael pegando numa das moedas. – Diz aqui 1932.
– 1932??? Isso diz-me alguma coisa! – afirmou a Ângela pensativa. – Onde é que eu já vi esta data?
– Foi na placa da entrada da escola! – disse a Matilde entusiasmada.
Entretanto apareceu a professora preocupada, pois tinha andado à procura dos alunos.
– Nós contamos tudo, professora! – exclamaram a Leonor Eusébio e a Leonor Miranda.
A Catarina abriu outra caixa e…
– Pinturas! Devem ser de artistas famosos! – disse ela.
– Esta é de Miró! – disse a Mariana. – Tal e qual as pinturas que fizemos no 2º ano!
– É isso mesmo!!! – acrescentou a Sara.
A professora avisou a Direção desta descoberta. Chegaram à escola muitos jornalistas que fizeram entrevistas aos alunos.
– Estamos famosos! Vamos aparecer na televisão! – disseram os alunos em coro.
Os alunos da turma RF4A participaram no Concurso “Uma Aventura…Literária 2022”, em fevereiro de 2022, com texto original feito em conjunto.
O trabalho foi distinguido com uma Menção Honrosa e por isso recebem um diploma de Menção Honrosa.
A edição deste ano (2022) em que se assinalam os 40 anos da coleção Uma Aventura, voltou a ser um verdadeiro sucesso: 12. 798 trabalhos recebidos!
Muitos parabéns!
Profª Susana Lopes